Sonho, luta, renovação e esperança…recriar Abril. Travar as crises.
Foi paradoxalmente, com os conhecimentos adquiridos na guerra colonial e com a riqueza da revolução cultural dos anos sessenta, que nós, capitães, soubemos preparar com profissionalismo e competência a tomada do poder, em Portugal e também na Guiné, a 25 de Abril de 1974.A adesão popular transformaria estes actos na gloriosa REVOLUÇÃO DOS CRAVOS.
Hoje, passados trinta e sete anos, o Portugal Democrático não tem nada a ver com o Portugal da ditadura.
Não confundamos os males de então com os dias extremamente difíceis de “hoje”, que já o eram “ontem” e têm vindo a sê-lo, há tantos,destes 37 anos.
Alguns desesperados desabafam: “está tudo como dantes”...”está tudo na mesma “!
Não o devem repetir. Isso significa comparar tempos e agonias diferentes. Branquear o fascismo.
Sobretudo não devemos fazê-lo pelos mais novos e por quem não viveu o triste passado dum regime, caduco e atrasado, que prendeu as nossas liberdades e consciências e definhou, gravosamente, o nosso desenvolvimento social, cultural e económico.
Os desencantos de hoje e respectivas frustrações nada têm a ver com a 25 de Abril.
Têm raízes antigas…às quais, fruto duma coligação de interesses, outras se vieram juntar, no país e no globo, que:
Resultam da essência e natureza dum sistema predador:
-esse sistema tem um nome e anda a monte.
-chama-se: “capitalismo”, mascarado de neo-liberalismo, de ultra-liberalismo global…ou de outra exuberante alcunha.
Os fautores das sucessivas e recentes crises pretendem agora desmontar um arsenal ideológico de mentiras, de manipulação de palavras, de subversão e ilusão de conceitos. Sobretudo de ilusão de realidades…dum sacudir de responsabilidades e reverter ainda em benefício próprio as razões que lhe estão na origem!
A crise é só de hoje? Claro que não.
Hoje terá chegado também aos poderosos, mas há muito tempo que a vivemos.
Há anos que vimos afirmando que o sistema gera desumanas situações sócio-económicas, com uma aparente e ilusória contrapartida de progresso económico,
onde os ricos tem ficado cada vez mais ricos
e os pobres, cada vez, mais pobres.
Há muito que a economia social foi estrangulada e a vertente financeira (especulação) se sobrepõe à vertente produtiva (economia real). Essa é a crise …mas é só uma das suas faces (também há crise no saber, no conhecimento, na cultura…) como sair dela?”
Recriando o espírito de Abril de 1974 poderemos travar a crise? Como? É o desafio!
domingo, 1 de maio de 2011
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