domingo, 21 de fevereiro de 2021

Uma Guerra colonial sem Anjos nem Arcanjo ( Joffre Justino )

 A VOZ SOCIALISTA ? Não acredito.....

Joffre Antonio Justino .Grande depoimento, na página da VOZ SCIALISTA.. O PS deu um tiro no pé e a maior parte destes comentários são um nojo. Disfarçam a infeliz opinião de Ascenso Simões, sobre um monumento, com o que na verdade esteve em causa: aplaudir na AR, junto com a direita, crimes de guerra e indirectamente o salazarismo e o colonialismo. Aceito o desafio como cidadão ,capitão de Abril e ex-combatente.
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Comentário certíssimo de Joffre António Justino: (partilha)
«Uma Guerra colonial sem Anjos nem Arcanjos, MRSousa! E ala parlamentar do PS ( quase toda!) desafio-vos a uma conversa sobre a guerra colonial
Chegado a Luanda regressado do Puto ( como se dizia quando referíamos Portugal) depois de uma viagem de barco que demorou 15 dias e ali em cima do 4 de fevereiro e do 15 de março de 1961 ouvi o meu pai dizer o que nunca mais esqueci onde eu vou vai a minha família perante o histérico desespero de um colega que o recebia no porto de Luanda nas horas terríveis depois do levantamento popular angolano pela Independência!
A razão do desespero era só uma - a UPA ( a de Holden Roberto e a do cónego Manuel das Neves) depois do massacre da Baixa do Cassange e incentivados pelo assalto ao paquete “santa Liberdade” do capitão Henrique Galvão e Camilo Mortagua tendo por detrás o general Humberto Delgado e quase toda a oposição portuguesa ao fascismo já que o paquete deveria atracar em Luanda!
A guerra colonial não teve um arranque mplista mas sim digamos um quase espontaneo liderado por um padre católico ligado autonomamente à UPA e com fortes relações com a oposição lusa em Luanda!
Daí os 3 momentos a greve na Cotonang na Baixa do Cassange, que culminou com um massacre e bombardeamentos a napalm originando algo entre 2000 a 10 mil mortos, a 4 de janeiro de 1961 a tentativa de libertação com catanas dos presos políticos angolanos a 4 de fevereiro de 1961 e o ataque às fazendas de café a 15 de março de 1961 o único momento realmente planeado organizado e executado e mesmo assim em lógica espontaneista e mal armado mas muito violento, brutal até!
Entretanto em Lisboa o ministro da Defesa general Botelho Moniz ( aquele de devia ser homenageado) tentava com o apoio do embaixador dos EUA travar o desastre iniciado na India Portuguesa incentivando uma saída via uma Descolonização estruturada a medio prazo que o regime do salazarento bloqueou com um golpe de estado anti Botelho Moniz!
Esse desastroso golpe de estado impôs a perdida guerra colonial gerida sem rei nem roque durante 13 anos que quem a viveu sabe quão absurda foi!
Deixemos aqui a memória de 3 horríveis momentos dessa estupida e derrotada guerra colonial e goste ou nao a direita castrense e mesma não tem ponta onde se pegue pois nem sequer foi desenvolvida na lógica do criarem-se as condições para a Paz politica (e a Descolonização à Commonwealth) desejada por largos setores da Oposição portuguesa e por setores dos movimentos nacionalistas!
A- Pidjiguiti Guiné Bissau
Em agosto de 1959 os marinheiros e estivadores do Porto de Bissau ao serviço da Casa Gouveia(CUF) no cais de Pidjiguiti entraram em greve por melhores salários e condições de vida e logo a 3 de agosto, já quando a Casa Gouveia tinha aceite as reivindicações dos trabalhadores, o administrador do porto de Bissau, António Barbosa Carreira entendeu que só daria seguimento à ordem quando lhe apetecesse, levando ao prolongamento da greve, seguindo a linha da pior arrogância colonialista!
Como em quase todos os momentos de tensão não se sabe o que levou ao primeiro tiro mas relatos dos estivadores pelas 15h45 desse dia um marinheiro, por nome Augusto, pegou num barrote para se sentar e no enervamento o cabo de mar Nicolau assustou-se e disparou sobre o marinheiro.
A Pide presente, o cabo de mar ,outras forças puseram fim à greve, abrindo fogo sobre os grevistas durante horas até às 18 horas gerando entre os quarenta e os setenta, mortos e cerca de cem feridos.
Tudo isto aconteceu antes de se pensar em uma guerra colonial..
B - Baixa do Cassange
A revolta da Baixa de Cassanje começou em Outubro de 1960, também com um processo reivindicativo e quando os camponeses se recusaram receber sementes para plantarem em Janeiro dados os abusos sistemáticos da belga Cotonang!
A 4 de Janeiro de 1961 nasce a Revolta da Baixa de Cassanje, uma luta de milhares de trabalhadores dos campos de algodão da companhia luso-belga Cotonang que viviam em duras condições de trabalho e de vida e sob uma violenta repressão armados de catanas e canhangulos (espingardas artesanais) e ,é contra estas “armas”, que a força aérea portuguesa lançou bombas napalm provocando milhares de mortos.
A Cotonang era uma companhia de algodão luso-belga, uma concessionária para plantio de algodão que forçava os camponeses a cultivarem as fibras a preços irrisórios com os agricultores sem salário a serem forçados a vender a sua produção por um valor muito abaixo do preço no mercado mundial.
Pior , o dever imposto de plantar algodão dificultava as famílias de cultivarem seus próprios alimentos mantendo a sua economia de auto-suficiência.
Testemunha o sociólogo e poeta Arlindo Barbeitos, que lutou pela independência com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), e hoje bem esquecido por este partido:
“As pessoas eram obrigadas a plantar algodão e era absolutamente indiferente que houvesse colheita de milho, massambala (sorgo), batata-doce, mandioca, feijão, aquilo que as pessoas comiam. Não importava, a colheita do algodão tinha que ser garantida. E o algodão só podia ser vendido a uma determinada empresa que tinha o monopólio, as balanças eram falseadas e o preço era baixíssimo. Se não produzissem o algodão devido, eram espancados. Isso são coisas que eu vi”.
A revolta, era grande e os agricultores destruíram plantações, pontes e casas e o poder colonial contra atacou com aviões da Força Aérea Portuguesa, que lançaram bombas de napalm sendo que como se disse acima o número de mortes varia de dois mil até dez mil agricultores.
Um ano depois uma brigada dirigida pelo meu pai um Republicano da linha de Cunha Leal foi à Baixa do Cassange onde tudo estava destruído em terra queimada e um louco de um motorista me ia dizendo nos meus 11 anos aqui matamos à rajada n pretos, ali foi à granada , acolá enterramos n corpos... sei lá uma hora a ouvir um Louco aparentemente em resultado de ter participado na loucura!
Nunca esqueci esse dia!
Wiriamu
Este drama viveu-se a 16 de dezembro de 1972 e porque dois capitães, comandantes de companhia, morrerem num jipe que pisou uma mina anti-carro.
Deste incidente de guerra resultaram 385 pessoas assassinadas pela 6ª Companhia de Comandos de Moçambique do regime salazarento e desconhece-se os que morreram durante a "limpeza" do local, que ocorreu nos três dias seguintes ou devido aos interrogatórios que seguiram o episódio.
Na altura as forças militares portuguesas pretendiam acabar com a presença da FRELIMO na região da cidade de Tete por causa da barragem de Cahora Bassa que ,então em construção, enquanto que a FRELIMO declarava que iria impedir a construção.
Os portugueses dizimaram um terço dos 1 350 habitantes de cinco povoações a ver Wiriyamu, Djemusse, Riachu, Juawu e Chaworha numa área denominada de "triângulo de Wiriyamu", e afetando um total 216 famílias em quarenta povoações.
A chamada Operação Marosca foi instigada pela Pide e dirigida pelo agente Chico Kachavi, assassinado mais tarde, enquanto o massacre era investigado.
Ver o PS envolvido neste avacalhamento da luta anti colonial tornou mais firme ainda a minha decisão de ter saído do PS depois do pacote laboral à Vieira da Silva! ... e falam vocês do papa Francisco quando se deveriam envergonhar pois ele retomou o pão em vez de armas pelo que ver católicos a homenagearem um terrorista é demais! Como se revoltará Mario Soares perante esta votação do PS!
Mas fica o desafio que claro não terá resposta!
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· Responder : Manuel Duran Clemente ,capitão de Abril:
Joffre Antonio Justino. Grande depoimento. O PS deu um tiro no pé e a maior parte destes comentários,na dita A VOZ SOCIALISTA,são um nojo. Disfarçam a infeliz opinião de Ascenso sobre um monumento, com o que na verdade esteve em causa na AR ou seja o PS ,junto à direita, aplaudir crimes de guerra e indirectamente o salazarismo e o colonialismo. Um nojo.
Pode ser uma imagem de texto que diz "1973 AGOSTO Eleita, na Guiné, a primeira comissão de sempre do movimento dos capitães», for- mada pelos capitães Almeida Coimbra, Matos Gomes, Duran Clemente António Caetano. 95 capitães. 39 tenentes 2 alferes partici- pam na Monte do Sobral, cm Alcáçovas. prmeira capitães reunião plenária do movimento dos uma Albuquerque Presidiu oficial mais antigo, Gonçalves, Da reumão, saiu nàe dos exposção, Conselho decretos, moderadamente contestatá- assinada de Ministros, dirigida Marcello Cactano, Vasco Lourence reunião Monte Inf Gil"
Tu, João Gomes, Guilherme Antunes e 36 outras pessoas
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