Um dos Capitães de Abril (1973/74)
É um dos capitães da génese clandestina do Movimento de Capitães e MFA. Nasceu em Almada em 28 de Junho de 1942.
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Fez a instrução primária em Penamacor (1ª,3ªe 4ª) e Beja(2ª).Passou sempre com distinção.Fez o ensino técnico(Perito Contabilista) e liceal (alinea “e”) nos Pupilos do Exército. Onde foi sempre o melhor aluno dos seus cursos.Ingressou na Academia Militar em 1961.Distinguiu-se nesta por relevo intelectual tendo sido vencedor, em 1962, dos Colóquios Literários e representando Portugal na Real Academia de Saragoça.Licenciou-se em Administração. Foi 1º do seu curso.
Foi-lhe atribuído o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Avis (02.10.1971) e medalha de ouro da Cruz Vermelha por bons serviços anteriores e vários louvores militares por serviços de excelência no seu ramo de Gestão Financeira e de Intendência.
Solidariza-se, em 1969, com o movimento MDP/CDE. Tem reuniões clandestinas entre 1969 e 1973.Em Abril de 1973 contesta publicamente em Aveiro, no Congresso da Oposição Democrática, o regime ditatorial, onde distribui um manifesto político.
Sofre, como consequência não uma “punição” disciplinar mas uma forçada deportação/mobilização para a Guiné-Bissau, onde chegou em Julho de 1973.
Teve então oportunidade de, com outros militares, desenvolver o processo conspirativo, já iniciado em Lisboa, logo após a sua chegada à capital guineense.
(Ver publicação sobre o seu desempenho no inicio e desenvolvimento do Movimento de Capitães nesta colónia, no artigo do REFERENCIAL (A25A) de Julho de 2014´.
É aí, em Bissau, que integra e anima a constituição de um dos primeiros núcleos clandestinos e onde se iniciaram reuniões alargadas (em fins de Julho/73) dos Capitães.
É um dos quatro autores da carta subscrita por cerca de cinquenta capitães (em guerra na Guiné) dirigida ao Governo, em Agosto de 1973, pondo em causa o sistema e deixando já antever uma tomada de posição de força. Primeira tomada de “força colectiva” que assustou Marcelo Caetano, como ela confessa mais tarde no seu livro “Depoimentos”.Em Bissau é eleito para integrar a primeira Comissão Coordenadora do movimento de capitães.
Durante o período de preparação do 25 de Abril é um dos elementos de ligação ao MFA/Continente. A acção na Guiné serviria de "moeda de troca" no caso de o golpe falhar em Portugal A Guiné estava toda controlada pelo MFA/Guiné que a tomou tb no dia 25 e 26 de Abril..
Regressa a Lisboa a 29.09.1974,depois do processo da Guiné. Ingressa no EMGFA . Aí integra 5ª Divisão.Estrutura fundamental como assessora da Comissão Coordenadora.
Foi Secretário-geral da Assembleia do MFA sendo dela seu porta-voz depois do 11 de Março e até Setembro/75 (Tancos).
É dos raros oficiais que no período revolucionário é formalmente “louvado” pelo EMGFA e Presidente da Republica /Gen.Costa Gomes. É o quinto louvor de General na sua ficha militar de pouco mais de 10 anos (1964/1975).
Exerce, desde 1976 e até 2011, ou seja nos últimos trinta e cinco anos, a actividade de consultor na área de administração, gestão, planeamento e organização e desenvolvimento regional, tendo apoiado a cooperação portuguesa nos PALOPs, particularmente, na Guiné-Bissau onde chegou a ser consultor por parte da Comissão da União Europeia num programa especial de dinamização ao desenvolvimento (1987/89).
Antes disso foi desde 1961 e até 1978 assessor de gestão e contabilidade da Herdade da Torre ,SARL e também da Cooperativa CAU,Arquitectura e Urbanismo, administrador de Medicinália,SARL e através dum Gabinete de Estudos Económicos, durante dez anos, (SNEDE/Sociedade Nacional de Empreendimentos e Desenvolvimento Económico, S.A) .
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Desde 1991/2016 (durante mais de 20 anos) foi colaborador e adjunto da administração da Câmara Municipal do Seixal.
Foi membro administrador do Conselho de Administração da CDR, Agência de Desenvolvimento Regional de Setúbal durante 4 anos. Foi durante 15 anos, desde 1999 membro da Direcção da Associação Parque Industrial do Seixal até à sua extinção (Nov/2014). Foi fundador(1993) e administrador da Associação Ambiental, (AEERPPAS) ligada a esta autarquia e durante 25 anos,até à sua extinção (2018).
Foi autarca em Lisboa: CML e J Freg. Santa Catarina. É Associado da A25 Abril. Em 2011 foi sócio fundador da Assoc. Conquistas da Revolução e fez parte da sua Direcção até 2015.
Foi considerado a personagem do ano e sócio de mérito da Associa. Voz do Operário no 131º aniversário desta . É autor do livro “ Elementos para a Compreensão do 25 de Novembro “, Edições Sociais, 1976.
É co-autor do livro “30 anos do 25 de Abril “ (painel “a conspiração na Guiné”), edição Casa das Letras, 2005.
..........................................................................................................................Ainda no passado dia 28 de Outubro de 2017 foi agraciado pela Câmara Municipal do Seixal com a “medalha de prata de bons serviços” pelos 20 anos de “serviços distintos” pelo modo como se evidenciou pelos serviços de mérito prestados à população do Município.
.........................................................................................................................É sócio fundador (e da primeira direcção/1993) e sócio honorário (desde 27 de Abril de 2016) da Associação “Os Amigos da Fundação das Casas Fronteira e Alorna” entidade cultural prestigiada! Desde os seus 15 anos é amigo da família Mascarenhas, em especial de Fernando Mascarenhas, Marquês da Fronteira, falecido em 2015.Nos anos 60 o convívio com um grupo heterogêneo de amigos foi muito importante para a sua formação cultural e politica. Destaca desses amigos :os anti –sistema e antifascistas, na altura, Fernando Mascarenhas(o marquês vermelho), Nuno Teotónio Pereira e muitos outros académicos e artistas.
...........................................................................................................................Pode ser um epilogo feliz, na sua carreira militar e civil, na sua luta pela Liberdade e Igualdade, o ter sido recentemente (após 47 anos de Abril/74) agraciado pelo Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, já referido.Considera que o Povo Português e Africano já o tinham condecorado há 47 anos. .
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Setembro de 2021.
M.Duran Manuel Duran Clemente.
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