quarta-feira, 28 de abril de 2021

25 de Abril 2021 Jorge Golias

 25 de ABRIL 2021

Amigos e camaradas,
Há 47 anos os capitães de Abril, constituindo o Movimento das Forças Armadas (MFA), derrubaram o Regime de 48 anos de Ditadura, puseram termo à Guerra Colonial, e apresentaram ao país o seu Programa dos 3 DD: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.
Neste “Dia Inicial, Inteiro e Limpo”, os portugueses festejaram nas ruas, o doce sabor da LIBERDADE, transformando o golpe de Estado num processo revolucionário, que teve o seu primeiro ponto alto no Dia 1º Maio de 1974.
Ao abrirmos as portas de Abril, depois da Festa inicial, colorida e musical, sabíamos que vinham tempos difíceis.
Foi preciso negociar a PAZ em África e dar os passos finais da Descolonização, desfasados no tempo, e acertando o País com os ventos da História.
Fizemo-lo com as limitações do tempo tardio, com a impaciência de muitos, aqui e em África, com as indecisões iniciais do novo Poder, mas sem as catástrofes humanitárias de outros processos de descolonização.
Planeámos a maior ponte aérea da História, trazendo para Portugal mais de meio milhão de portugueses, e promovemos a sua integração na sociedade portuguesa.
Preparámos as condições para que se fizessem as primeiras eleições livres das nossas gerações, para a Assembleia Constituinte, e ganhámos uma Constituição Republicana de que muito nos orgulhamos.
Ultrapassámos situações que nos dividiram, naturais num processo revolucionário, evitando uma guerra civil, e criámos as condições para entregar o poder aos civis, dando um exemplo ao mundo de militares revolucionários que não se apegaram ao Poder.
Nesta caminhada, muitas conquistas foram feitas em prol da melhoria das condições de vida dos portugueses, da emancipação da Mulher, da promoção de uma maior JUSTIÇA SOCIAL.
Estamos aqui para celebrar tudo isto, que foi obra de muitos milhões de portugueses.
Estamos aqui para mostrar a nossa vontade de continuar a celebrar e a defender a Democracia dos ataques que lhe têm sido movidos nestes últimos tempos, com o surgimento em Portugal de uma extrema-direita por onde passa o pior das sociedades modernas: o nacionalismo, o populismo, o racismo e outras discriminações e a mentira, como verdade alternativa.
Estamos aqui para lutar pela Liberdade, para lutar pelos Direitos Humanos e por uma maior Justiça Social, no nosso País e na Europa, a que pertencemos.
E sobre a corrupção, que vai corroendo a democracia, fiquem com este desabafo de um capitão de Abril: estão à espera de quê para criminalizar o enriquecimento ilícito?
*
Há uma causa universal, que devemos ter sempre presente, que é a das Alterações Climáticas, porque das nossas boas práticas dependerá o futuro. Aqui fica um apelo para que Estado, empresas e cidadãos, cada um de per si, cumpram a sua quota de responsabilidade ambiental que, sendo hoje um tema transversal e universal, configura a introdução de um 4º D, no Programa do MFA, o D da Descarbonização.
Também estamos aqui para vos dizer que devemos respeitar a nossa História, como a ciência do Homem no Tempo, com tudo o que ela comporta nos séculos que levamos de convivência comum.
Estamos aqui para vos afirmar que temos orgulho dos nossos antepassados, pioneiros na descoberta de novos mundos e na construção da primeira globalização.
Estamos aqui para assumir como herança o positivo e o negativo da nossa história, na certeza do muito que todos temos para compreender, transmitir, contextualizar e explicar sobre o passado.
Estamos aqui para lembrar o colonialismo e a guerra colonial, mas também o 25 de Abril e o regresso da Liberdade.
Estamos aqui para olhar, sem complexos, a longa história que escrevemos, para lembrar as caravelas, os monumentos, os heróis, assim como os erros, as feridas e os danos.
*
Estamos aqui para comemorar Abril, num tempo difícil da nossa História, sob o ataque de um Inimigo invisível, que nos limitou a liberdade e os nossos direitos, que nos obriga ao cumprimento das regras sanitárias estabelecidas, que nos protegem – o uso da máscara e o distanciamento físico, mas não social.
Sabemos que vamos ter de viver com este inimigo muito tempo. Por isso devemos aprender a fazê-lo, sem perda de mais liberdade, sem perigo de agravar a situação, esperando que o Estado nos proteja, regulando-se pelas recomendações das instâncias nacionais e internacionais, que se regem pelos estudos científicos. Decidindo com fundamentação científica, mas também com critério político, quando as situações assim o aconselhem.
Também estamos aqui para lembrar que temos de evitar o afundamento da economia portuguesa, agindo com prudência, mas também com ousadia, dando prioridade aos mais frágeis e reconstruindo o tecido abalado da nossa sociedade.
Estamos aqui para dizer que nos preocupam os mais velhos que devem ter direito a outra forma de assistência, e à presença de conforto dos familiares; que nos preocupam os mais jovens que devem ter a Escola protegida; os jovens licenciados à procura do 1º emprego; a gente da Cultura, que tão abandonada tem sido; a multitude de pequenos empresários, com as falências à vista; e ainda os trabalhadores em geral, com os empregos em risco.
Estamos então aqui, com a consciência das nossas responsabilidades cívicas, recordando a data mais marcante das nossas vidas, a Revolução dos cravos, cravos vermelhos de Abril, que coloriram as ruas de há 47 anos, no dia 25 de Abril.
Estamos aqui para recordar todos os que lutaram por um Portugal democrático, em especial os que já partiram, na certeza de que juntos com os capitães de Abril, fizemos o 25 de Abril de 1974.
Estamos aqui ainda para saudar todo o pessoal do Serviço Nacional de Saúde, que tão sacrificado tem sido, e que com tanta coragem e abnegação nos tem respondido.
Finalmente, apelo aos jovens, filhos da Madrugada e Netos de Abril, para que liderem esta década do clima e do digital, lutando pelos valores que aqui se destacaram: A Liberdade, conquistada nesta madrugada, a Paz, com o fim das guerras em África e a Democracia com a Constituição da RP logo depois.
Amigos e camaradas aqui presentes:
Saúdo-vos por terem assumido o risco, calculado, de estar aqui hoje, neste contexto de sofrimento físico, mental e social.
Saúdo-vos também pelo vosso exemplar comportamento cívico nesta manifestação.
Bem hajam!
Viva o 25 de Abril!
25 de Abril sempre!
Viva Portugal!

domingo, 25 de abril de 2021

Entrevista m 2015 ao Comércio do Seixal e Sesimbra

Entrevista de Duran Clemente ao jornal “Comércio do Seixal e Sesimbra” feita por Maria do Carmo no passado dia 22 de Abril de 2015.[Jornal publicado no dia 24-04-2015]

Entrevista de Duran Clemente ao jornal “Comércio do Seixal e Sesimbra” feita por Maria do Carmo no passado dia 22 de Abril de 2015.[Jornal publicado no dia 24-04-2015]
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Há a ideia de que a política é para os outros, esquecemos que todos somos políticos e que temos de exercer esta cidadania.MDC


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«As pessoas deviam saber pensar»
«Infelizmente a RTP não está a ser ouvida em todo o país. Isto acontece porque o emissor da Lousã já está a servir os estúdios do Porto. Há um corte feito por via administrativa e determinado não sei bem por quem!».
Esta frase iniciava o discurso de Manuel Duran Clemente, então 2.º Comandante da
Escola Prática de Administração Militar, às 20h30 do dia 25 de Novembro, e iria tornar
o rosto deste Capitão de Abril conhecido em todo o país.
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Admite que não queria ser militar “só fui para a Academia por insistência do meu pai, e escolhi licenciar-me em Administração. Cursei o ensino técnico e liceal nos Pupilos do Exército e ingressei na Academia Militar em 1961.
Nunca quis participar na guerra, embora perceba que se tenham de cumprir ordens e orientações, sobretudo políticas, por vezes bastante erradas, como era o caso.”
Manuel Duran Clemente esteve na génese do Movimento de Capitães, participando em reuniões clandestinas e aderindo ao movimento MDP/CDE em 1969 tendo estado presente no terceiro Congresso da Oposição Democrática em Aveiro /Abril de 1973..
“Os ventos da História da década de sessenta abriram os olhos aos portugueses, com a música dos Beatles, o  “make love, not war”, a morte de Luther King, o «black power», a morte de Kennedy, o Maio de 1968, assassinatos repressivos nas universidades e lutas estudantis. Foram anos de contestação muito difícil de esconder porque a censura não conseguia calar tudo. E o Governo achava que tinha um povo adormecido, e deixava passar essas informações, porque eram coisas que aconteciam longe.
E depois era tudo o que os outros países já tinham feito e que Portugal ainda não fizera, porque tínhamos um tipo a governar o país que não compreendia que não nos podíamos continuar a manter «orgulhosamente sós». Havia a questão da descolonização, em que França já tinha dado a independência a oito colónias do lado ocidental de África e Inglaterra dera independência a oito colónias do lado oriental.
Apesar de nos dizermos independentes, Portugal sempre foi colonizado por Inglaterra, desde Filipa de Lencastre, para o bem e para o mal… Nós é que descobrimos o caminho marítimo para a Índia, mas eles é que lá tiveram um Império. Nós é que descobrimos o caminho para a Austrália, mas eles ainda hoje têm coroa lá. Sempre fomos uns “bananas” , dirigidos por interesses de outros e por quem em Portugal servia e serve esses interesses.”
Outro dos aspectos que aponta para o movimento que deu origem à Revolução foi “o contacto que começou a existir dentro das forças militares com os novos elementos”, com a democratização da Academia Militar em 1961.Deixa de haver setenta cadetes de filhos de generais e de famílias ricas, para existirem quatrocentos e tal  cadetes filhos do povo. Mas isso só aconteceu porque era necessário alargar o contingente de pessoal a ir para África, tiveram de abrir as portas. Essa abertura deu origem a um contacto entre elementos que já estavam no activo e os que vinham da universidade, com outros conhecimentos especializados em Historia, Filosofia, Psicologia, que foi bastante positivo.
E porque é que o Movimento se dá com os capitães? São eles que estão próximos da realidade das populações em cenário de guerra, e têm consciência de que algo não está bem e que as coisas não podiam continuar. Havia também um mal-estar com os oficiais superiores, que estavam sentados em gabinetes com ar condicionado, a sustentar teoricamente a guerra, e os capitães, é que estavam no activo e no terreno de guerra. E estes, ao fim de duas ou três missões começaram a abrir os olhos e a defender-se. Não foi por acaso que já foram quase  duzentos capitães entre Julho e Agosto de 1973 a reunirem-se, na Guiné e em Alcáçovas.”
«A Guiné serviu como ‘laboratório’»
Duran Clemente no ano de 1973 interveio no Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, o que veio ditar a sua ida para a Guiné. “Deste Congresso saíram as linhas principais do MFA. “Ali apresentei um manifesto político, onde criticava a falta de liberdade e a guerra colonial. Por causa disso fui “mobilizado”para a Guiné. Mas levei comigo cem cópias desse documento e quando cheguei lá, comecei a reunir com quem já estava preparado para avançar com algo e começámos a desenvolver este processo revolucionário.”
Claro que não fui eu quem deu início, porque a revolta já existia, no seio de cada um de nós. Em 1970, em Nampula, tinha tido ,num navio,  um almoço com capitães que estavam furiosos porque em vez de voltarem para Lisboa, depois de duas missões, foram enviados pelo General Kaulza para a operação “Nó Górdio”.
Tive oportunidade de criar um dos primeiros núcleos clandestinos em Bissau, onde contei com a presença de militares como Otelo Saraiva de Carvalho, Salgueiro Maia, Matos Gomes, entre outros.”
Durante o período de preparação da Revolução, Duran Clemente foi o elemento de ligação do MFA entre Guiné e Lisboa, com Vasco Lourenço e Hugo dos Santos, realizando também o «recrutamento» de militares do Exército, Marinha e Força Aérea.
“A Guiné serviu como «laboratório», porque era uma zona pequena e tinha um líder bastante doutrinário e inteligente, Amílcar Cabral, que seguia uma doutrina muito humana e não tão agressiva como a dos seus militares que o mataram. Além disso, o Spínola permitia que na Guiné se falasse mais à vontade.
Os militares tinham uma disciplina chamada «Acção Psicológica» que nos ensinava como convencer os africanos de que estávamos lá por bem, para os ajudar. Mas no contacto que tínhamos com eles, com famílias que tinham todas elementos nas guerrilhas, eram eles a convencerem-nos que o inimigo não estava ali, mas sim em Lisboa, no Governo.”
Em 28 de Agosto de 1973, Duran Clemente e outros três militares elaboram uma carta que é subscrita por cerca de cinquenta dos sessenta capitães que se encontravam na Guiné, dirigida ao Governo português, onde se antevê uma tomada de posição por parte das Forças Armadas. “O que quisemos fazer com essa carta foi um acto rebeldia. Usámos o argumento do celebérrimo Decreto-Lei nº. 353/73, que facultava a «entrada de oficiais do Quadro Especial de Operações no Quadro Permanente através de curso intensivo na Academia Militar», mas não era nada disso. Era um protesto colectivo, o que era proibido e pretendíamos aborrecê-los, e o Marcelo Caetano admitiu nas suas «Memórias» que tinha ficado «altamente preocupado» quando recebeu a carta.”
Nascimento do MFA
A 9 de Setembro de 1973 decorreu a reunião de Capitães em Alcáçovas, onde nasceu oficialmente o Movimento das Forças Armadas, com a participação de 95 Capitães, 39 Tenentes e 2 Alferes.[ Como os 50 da Guiné estávamos já em revolta quase 200 militares.]
“Mas foi a 24 de Novembro, em Cascais, que decidimos avançar, sobretudo por causa de um tenente-coronel, em vésperas de partir no comando dum Batalhão para Bissau, pai de um dos futuros Capitães de Abril, que no meio de uma reunião dos capitães chegou lá e lhes disse: «não falem mais, decidam já o golpe, então os militares estão a ficar atrás dos estudantes que andam a lutar e a levar “porrada” da polícia e a serem presos. E nós continuamos a olhar, como se não fossemos os fiéis defensores da pátria?»
“Isto deu um forte impulso às nossas ideias. Poucos dias depois, encontrei-o na Guiné, onde também já estava pronto a fazer um golpe, mas dissuadimo-lo a esperar até Abril. Prometi-lhe que logo que as coisas fossem feitas, o avisava. E foi ele a primeira pessoa a quem anunciei que tínhamos ganho.”
No dia 25 de Abril de 1974, Duran Clemente com um grupo de oficiais organizados, tomaram o poder em Bissau e em toda a Colónia, colocando em pontos-chave militares de confiança e integrados no espírito do MFA, depois de remeterem para Lisboa os oficiais conotados com a ditadura. “Todas as unidades da Guiné foram tomadas e não tivemos dificuldades nenhumas porque todos estavam de acordo com o MFA.
Quando estive cá em Fevereiro, tinha avisado o Vasco Lourenço que as coisas na Guiné não estavam famosas, estavam mesmo perigosas.” Ele disse-me para descansar o pessoal que a acção se faria antes do 10 de Junho.”
Durante o período de transição foi nomeado pelo MFA como director do único jornal «A Voz da Guiné» e após o reconhecimento do direito das colónias à independência, participou em várias acções de preparação para a transferência de poderes, após o que regressou a Lisboa em Outubro de 1974.
“Embora não seja a favor do neo-colonialismo, até nisto os portugueses foram muito estúpidos. Enquanto os outros países colonizaram e depois deram a independência, mas ficaram lá como se costuma dizer, «com um pé», no nosso caso até houve quem se preocupasse em trazer rapidamente todos os portugueses, não apenas os que lá foram viver e trabalhar mas também os que lá tinham já nascido. Acabaram por ter tido depois um papel muito importante no país porque embora tenham perdido tudo, traziam ideias diferentes, dinâmicas e empreendedorismo que muito veio servir Portugal.”
Em Portugal viria a ser responsável pelo Centro de Esclarecimento e Informação Pública, da 5ª Divisão do EMGFA coordenando programas de televisão e rádio e integrando a redacção do jornal «O Boletim do MFA», que foi editado durante um ano. Foi ainda secretário-geral da Assembleia do MFA, após o 11 de Março, da qual foi porta-voz até Setembro de 1975.
«A história do 16 de Março está por fazer»
O 16 de Março de 1974 marcou uma tentativa gorada de golpe de Estado contra o Governo do Estado Novo. Na base desta tentativa terá estado a tentativa de exoneração dos generais Costa Gomes e António de Spínola por causa do livro “Portugal e o Futuro”. “O 16 de Março foi uma precipitação, um passo contra a revolução que já estava a ser preparada pelo Vítor Alves, o Otelo e o Vasco Lourenço, o directório do MFA em Portugal.
Esse golpe teve origem em dois oficiais (Casanova Ferreira e Manuel Monge) que  vieram da Guiné, onde o MFA também estava crescendo, cheios de entusiasmo e que pretenderam fazer uma acção à pressa com o Otelo Saraiva, que se deixou ir na conversa mesmo avisado pelo MFA da Guiné, e aquilo deu «barraca» devido à precipitação.
Fizeram umas reuniões apressadas, foram à E.P.de Cavalaria a Santarém, mas estes não estiveram de acordo, recorreram aos pára-quedistas de Tancos, mas também estes não estiveram de acordo, até que há um capitão em Lamego que diz que vai avançar para o Porto e decidem que Otelo ía à Escola Prática de Infantaria em Mafra e à de Artilharia em Vendas Novas, fazer sair uma companhia de cada local. Casanova iria a Santarém fazer sair outra e a Santarém e um dos capitães presentes na reunião faria sair uma companhia do RI5 de Caldas da Rainha. Moral da história: quando Otelo chegou a Mafra e a Vendas Novas  não estava ninguém porque era fim-de-semana. Em Santarém ninguém aderiu. Lamego também não saiu. Só saiu , isolada a unidade das Caldas da Rainha,  por isso ficou conhecida a acção como a «Revolta das Caldas».
Mas toda essa história ainda está por fazer ,embora eu já tenha escrito bastante sobre o assunto e o Otelo tenha falado disso nas suas Memórias e confessado ,de viva voz, o fracasso e o logro.”
 «11 de Março de 1975»
É Duran Clemente que, interrompendo o noticiário das 13h00, quem  alerta o país, na Emissora Nacional, da invasão do RAL1 e do golpe de Spínola, alertando os militares envolvidos. Por esta acção, foi formalmente louvado pelo General Costa Gomes, então presidente da República e Chefe do EMGFA.
«O 25 de Novembro foi uma coisa inventada»
Na noite de 25 de Novembro desse ano, é ele quem discursa na RTP entre as 20h30 e as 20h49, altura em que a emissão foi interrompida e o canal televisivo de Lisboa começou a emitir o filme que os estúdios do Porto. “O MFA nunca pensou instalar em Portugal o sistema soviético, ao contrário do que fomos acusados. Embora se falasse em igualdade, em liberdade, em solidariedade, em menores diferenças entre ricos e pobres, questões marxistas leninistas, estas serviam apenas para ilustrar o que todos queríamos para o povo português. E foi esse o sentido do meu discurso na RTP, a 25 de Novembro de 1975. O que disse foi que não queríamos um socialismo da tanga, mas que as pessoas percebessem que uma sociedade não deve ter estas diferenças, tanta miséria por um lado e outros a viver à grande. Só que quem estava contra isso lançou a calunia do «lá vêm os comunistas, a comer as criancinhas ao pequeno-almoço, querem instalar um sistema soviético». No entanto, o próprio Partido Comunista, em Agosto de 1975, numa reunião do Comité Central em Vila Franca de Xira, tinha fixado que não iam ocorrer aventuras militares nem golpes de Estado, e por isso temos razão em dizer que o 25 de Novembro foi uma coisa inventada como um golpe de esquerda.
Golpes havia todos os dias, qualquer plenário em fábrica ou manifestação em quartel, era um golpe. Estávamos a viver um ambiente, que hoje os mais novos não percebem, que permitia que houvesse contestação generalizada a qualquer regra ou imposição que fosse, aparentemente, desfavorável a essa linha de pensamento de maior igualdade e solidariedade entre as pessoas, num país com 48 anos de pouca cultura e conhecimento, muito influenciado por uma igreja católica conservadora, para o bom e para o mau, porque também havia padres progressistas.
A democratização em Portugal deu azo ao «Verão Quente», e é natural que surgissem correntes de ideais diferentes. O que não era natural é que tivessem posto de parte uma dessas correntes com o 25 de Novembro. Felizmente não foi completamente posta de parte, apenas alguns dos militares que a defendiam, e que tiveram de se exilar. Entre estes estive eu, tive de me exilar nove meses em Angola, após o que regressei e comecei a trabalhar na vida civil, porque tinha habilitações para isso.
Fui depois reintegrado, promovido a Major e mais tarde a Tenente-Coronel e a Coronel, graças a um reconhecimento do esforço que tínhamos feito. E acho que merecemos esse estatuto pelo que sofremos, pelos riscos que corremos e pelo que proporcionámos ao país.”
«Portugal estava e está na cauda da Europa»
Crítico em relação à governação do país, antes e depois de 1974, explica que “antes da Revolução, Portugal estava na cauda da Europa, como ainda hoje está, tal como a Grécia, porque não nos conseguimos estabelecer durante 48 anos de obscurantismo, treze deles de guerra, devido a uma economia débil, sustentada por oito famílias, os Mello, os Champalimaud, os Espirito Santo, que determinavam a política nacional. O facto de não termos entrado na grande guerra se calhar até  a tornou mais débil, porque os países que o fizeram, tiveram depois apoios e subsídios ao abrigo do plano Marshall que os ajudaram a reestruturar-se sobretudo no que nos faz falta hoje, uma estrutura económica com base na indústria, pescas e agricultura.
Ao contrário do que seria de esperar, a nossa entrada na CEE veio deteriorar ainda mais a nossa fragilidade. Não sou contra isso, até porque sempre fomos europeus, mas sou contra o facto de estarmos continuadamente sobre escrutínio e mando do estrangeiro.
Só tínhamos dez anos de democracia, ainda com muitos problemas para resolver do passado, muita reestruturação por fazer, e prejudicou-nos não termos feito acordos especiais para entrar na EU/CEE, quando entrámos em igualdade de circunstâncias com países desenvolvidos como a França, a Alemanha, a Bélgica, e outros. É evidente que íamos ter consequências, o que aconteceu com a redução da frota de pesca, da extinção da nossa indústria, que era pouca mas existia, com as «políticas» aplicadas à «agricultura de não produção». Os fundos que vieram para Portugal foram canalizados para diversas áreas que não eram produtivas, o sector terciário, para que fossemos um país de serviços, sendo os grandes da Europa os países de produção, construindo carros, submarinos e outras maquinarias dos quais ficámos dependentes.
A União Europeia serviu para aumentar o mercado para a França e para a Alemanha, entre outros. Se Portugal já foi uma colónia dos ingleses no passado, passou a ser uma colónia da União Europeia, que por sua vez é um protectorado dos  Estados Unidos, com a Alemanha como testa de ferro. Nada disto é por acaso, trata-se de um sistema (o capitalismo) que pode ter muitos nomes, agora é «mercado», mas é apenas um sistema neo-liberal que querem à viva força implementar em Portugal, acabando com o Estado Social que conseguimos implementar com a “Revolução de Abril.”
«Todos os conceitos de Abril estão a ser destruídos»“A entrada para o euro foi outro disparate, esta é simplesmente uma moeda para os alemães,e outros, que alargaram o seu campo de clientes para fazerem fortunas e não é por acaso que ganham três vezes mais do que nós. E depois temos um Governo que responde às deliberações que lhe são impostas por esses países. É também um Governo que mente ao povo português, com monstruosas mentiras, como dizerem que a Segurança Social está falida. Nunca esteve falida e se estivesse era porque o Estado lhe deve milhões de euros a esta entidade.
Apenas em Portugal se ataca a pessoa idosa. O Passos Coelho e este Governo conseguiram esta proeza, atacar os mais idosos. Outra mentira é o que se passa com o Serviço Nacional de Saúde, que foi um dos melhores do mundo, que foi inclusive copiado para melhorar o de Inglaterra. Que país é este? Todos os conceitos do 25 de Abril estão a ser destruídos. Como é que se pode não reagir a isto? Como é que as pessoas são manipuladas pelos media, sobretudo pela televisão? É inacreditável.
Era preciso outro 25 de Abril mas não há qualquer hipótese em termos militares.Essa revolução devia acontecer na consciência das pessoas, que deviam saber pensar e deixar de admitir que os políticos e os partidos políticos não servem para nada. É evidente que alguns  políticos deviam ter juízo, mas são as pessoas que têm de aprender a pensar. Mas não podemos esquecer que há as cidades e a ruralidade, em que vivem pessoas agora como há quarenta anos, ainda com um clero reaccionário/conservador.
Temos o direito de ser mais participantes na construção da nossa democracia, mas a manipulação alienou completamente as pessoas.
Estamos a aproximarmos do medo que existia antes do 25 de Abril, em que as pessoas não falam com medo de perder a sua posição.E os jornalistas sérios também acabam por ter medo de fazer ou dizer certas coisas, porque estão muito dependentes. A situação está muito melindrosa. Não somos menos que os outros. Não somos um povo preguiçoso ou gastámos além das nossas possibilidades. Trabalhamos tanto como os outros, não temos é estruturas governativas decentes.
Não apostam no investimento público, crucial para o desenvolvimento, têm destruído todo o estado social. Estes senhores estão a seguir uma cartilha de empobrecimento do país, onde baixam o preço do trabalho, tornando Portugal uma nova China. Isto é uma vergonha.
Portugal tem ainda economia, damos cartas no sector do papel, no sector da reparação naval, nas fábricas modernizadas de têxteis e calçado, na cortiça, na produção de azeite, em  suma, nas áreas onde o dinheiro foi aproveitado para a modernização.
Por outro lado, a culpa é também das pessoas que não participam. Fui presidente da Assembleia de Freguesia de Santa Catarina, em Lisboa, durante mais de dez anos e ninguém comparecia nas reuniões.

Há a ideia de que a política é para os outros, esquecemos que todos somos políticos e que temos de exercer esta cidadania.

 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Luis Ataide Banazol

 No mês dos CRAVOS e quase prestes a chegar ao 44º Aniversário da data libertadora do 25 de ABRIL de 1974, não podia deixar de cá vir recordar – através de um “Documento Histórico” de 24 de Novembro de 1973 – um grande HOMEM, um grande PORTUGUÊS e um bravo e corajoso MILITAR (com quem tive o prazer de privar, nomeadamente quando me deslocava à sede do meu Batalhão em MACALOGE – Niassa Ocidental – norte de MOÇAMBIQUE) que muito me marcou para toda a vida, nomeadamente durante a minha permanência naquelas enigmáticas e misteriosas terras africanas!...

Curvando-me respeitosamente perante a sua memória,
AMÂNDIO MEIRA
(ex-Alferes Miliciano de Infantaria da C. CAÇ. 2669 – B. CAÇ. 2908)
ANTAS, 18/04/2018
RECORDANDO UM DOCUMENTO HISTÓRICO
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[Ao “postar” aqui este DOCUMENTO, é mister que faça a minha “declaração de interesses”: Este senhor Ten.Coronel LUÍS ATAYDE BANAZOL - (PAI), foi “meu” 2º Comandante de Batalhão (B. CAÇ.2908) na Guerra Colonial em MOÇAMBIQUE, logo no início dos anos setenta. Era um bravo, decidido, corajoso, justo, responsável e destemido MILITAR, de fino trato, sempre afável e extremamente humano com os “seus homens” que, graças a todas estas suas inegáveis qualidades, tinham por ele a maior consideração, admiração e estima.]
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INTERVENÇÃO do Ten.Coronel Luís Atayde Banazol na reunião de S. Pedro de Estoril em 24/11/1973:
[Refira-se que esta firme, desembaraçada, decidida, corajosa e influente intervenção perante umas largas dezenas de camaradas seus, foi determinante para o despoletar do 25 de Abril de 1974.]
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«Meus caros camaradas, eu creio que vocês estão a perder o que têm de bom: energia e tempo, organização e vontade.
Estão a esgotar-se com um assunto que não vale a pena. Decididamente, não vale a pena.
O problema que vocês julgam que está no âmago disto tudo não vale um pataco e vai contra os nossos camaradas milicianos.
Eles também têm as suas razões, e não será pelo facto de vocês conseguirem levar a melhor, que tudo ficará resolvido. Pelo contrário, cada dia que passa, tudo se agrava.
E isso não é por uma questão de galões. O que vocês estão e todos nós, é agonizantes; simplesmente agonizantes.
Estrangulados por um regime que nos conduz directamente para o abismo, para a derrocada, aliás como o têm feito todos os regimes fascistas, nomeadamente os de Hitler e de Mussolini.
Todo o mundo olha para nós, oficiais do quadro permanente, como verdadeiros agentes do nazismo. Agentes das S.S.
E não podemos de forma alguma evitar essa execranda imagem, se não tomarmos a iniciativa de uma reabilitação, uma redenção aos olhos do nosso povo e dos outros povos do mundo, utilizando a nossa força para derrubar o governo.
Tenho ouvido falar, insistentemente, no abalado prestígio dos oficiais. Pois que esperam vocês daqueles, cujos filhos, irmãos, e noivos são enquadrados por nós, para as guerras de África, donde poderão regressar mutilados, loucos ou mortos?
Que crimes estamos todos a cometer em nome da Voz do Dono.
É preciso que acordemos do pesadelo; é preciso acabarmos de vez com a maldita guerra colonial, que nos consome tudo, incluindo a própria dignidade de militares profissionais de uma país civilizado.
Todas as nossas angústias, ansiedades e neuroses, se situam na tragédia para que fomos e estamos a ser lançados, por um tenebroso conluio, que tem a hipocrisia por fachada e o assassínio por norma.
E nós, que representamos a força das armas, por que esperamos?
E nós, que vemos todos os dias esses exemplos de coragem dos moços universitários?
Desarmados, enfrentam a polícia de choque, e não deixam amortecer um só dia a luta pela Liberdade.
E nós, homens de armas?
É uma vergonha. Devemo-nos sentir envergonhados. É bem feito que nos humilhem e nos olhem com rancor. Somos a armadura da bestialidade e o bastião da brutalidade.
Não tenhamos ilusões: o governo só sai a tiro e os únicos capazes de o fazer sair somos nós; mais ninguém.
Se não o fizermos, a História nos julgará, como julgou os abencerragens de Hitler e com inteira razão.
Não devemos consentir que isso aconteça e que os vossos filhos e os meus netos se tenham de envergonhar de nós.
Impõe-se a Revolução Armada desde já, seja qual for o seu preço e as suas consequências.»
*Luis Atayde Banazol - Tenente Coronel em 24 Novembro de 1973.
Manuel Duran Clemente

sexta-feira, 16 de abril de 2021

APE e o seu BOLETIM

 Desde sempre que tenho notado e já lá vão 46 anos que a APE se dá conta (exteriormente) do 25 de Abril como se ele tivesse pouco significado para Portugal e seu Povo. Isto acontece porque é do espirito da APE estar bem com Deus e o Diabo, falando linguagem corrente. O caso é mais complexo e merece análise sociológica séria. Isto até porque das ultimas dIrecções, honra lhes seja feita, há mais Pilões ,se não a totalidade, rejubilando ontem e hoje com o acontecimento.

Para não chocarem uma minoria chocam a maioria, vacilam perante o nosso "Querer é Poder" e apresentam-se como aparentemente laicos da Honra dos feitos Históricos gloriosos ,mais recentes no país. Batalhas de S.Mamede e de Aljubarrota, Descobrimentos, Guerras da Restauração,Guerra Liberal...Resistência aos Franceses,Proclamação da Republica....esses sim são os acontecimentos que não ferem os saudosistas do Salazarismo/Caetanismo .Ou mais rigorosamente do fascismo portuguès ,apelidado de suave pelos que se esquecem do obscurantismo,pobreza, repressão feroz e muitos milhares de mortos e feridos nossos concidadãos e africanos na estúpida guerra colonial. Da mentira de Salazar em 1951,ao alcunhar as colónias de províncias ultramarinas, para sermos admitidos, em 1955, como membros da ONU,rejeitados em 1946.Outros mais ricos que nós (Reino Unido,França,Belgica,etc),para começar,deram a independência a 16 colónias em África. Isto para dizer que a "revolta dos capitães", de que me honro de tomar parte, não deve ser confundida com outros casos posteriores,repito com casos posteriores, de titulo de caixa alta dos jornais e Tvs e de pasquins das nossas terras. E a descolonização? Como foi? Foi obra dum acordo em Vladivostok,nos finais de 1974,entre Brejenev e Ford(Kissinger)..." com quem ficas tu com quem fico eu"..."Portugal a Cuba da Europa" nem pensar. Os ignorantes e maldosos desconhecem isto...mas andaram em 1975 a matar e destruir com essa bandeira e assim tiveram o seu "orgasmo politico" em 25 de Novembro/75, mentido e omitindo.
Isto vem a propósito de, ao ler o nosso último Boletim da APE,ver relegado para o fim da página, sem qualquer destaque, apenas como mera noticia, a referência aos dois Pilões (Carvalho/28-1951 e Torres/339-1953) agraciados com a Ordem da Liberdade pelo seu desempenho na conspiração e acções no dia da Alvorada. A APE acha bem? Eu e outros não.
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Sobre o meu texto da APE e o 25 de Abril.Esclarecimentos meus.
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Luis Manuel Santos Silvestre.
Um texto claro, objectivo e que deveria merecer Debate Democrático e Sério na APE. Não renegando a minha Qualidade de Pilão de 1957 até 1965 e enquanto Sócio da APE, tenho sentido que existem preconceitos no seio da "malta" em Defender e Enaltecer o 25 de Abril com convicção Democrática e Liberdade. O Boletim da APE não cultiva esse Fio Condutor Editorial.
Luis Manuel Santos Silvestre
Nunca esquecerei que o Nosso IPE foi Fundado graças à Implantação da República. Que Grande Visão tiveram os Fundadores. Sim o Ensino Público para Todos, constituíu uma das Maiores Prioridades da I República.
Luis Bettencourt
Peço imensa desculpa era jovem e me lembro do 25 de Abril só do Judas e seus amigos do MRPP e Comunistas pintarem o Muro da parada. Nunca festejei o 25 de Abril pq que foi um golpe feito pelos traidores da Pátria que queriam impor uma ditatura comunista e sempre serei a favor do 25 de Novembro o verdadeiro dia da Liberdade. O complexo de Esquerda deste pais está á vista 46 anos depois que passamos a um pais de Corruptos, traidores, pobres piores que no tempo do salazar e vendidos, subjugados aos globalistas e grandes corporações com a ajuda desses esquerdistas caviar. Enquanto a geração de 40 e 50 não morrer toda e os nossos filhos fizerem uma politica honesta seremos sempre um povo subjugado. Mas Portugal sempre deu a volta e talvez com os nossos netos seja um país melhor porque a geração 25 Abril deixou a conta para os nossos filhos pagarem.
Eduardo Fonseca
Esta discussão nunca deverá ser feita e por muito que custe ao Duran Clemente,dissociada do que se passou em todo o PREC ,pelo que a discussão tem que ser global e com a temática do 25 de Abril ,11 de Março 25 de Novembro e pós 25 de Novembro.
Nunca senti que esta e outras direções da APE estivessem com preconceitos, ou dito de outra maneira estar bem com Deus e o diabo quanto à discussão do 25 de Abril e períodos envolventes.
Luis Bettencourt
Eduardo Fonseca Muito bem dito somos uma escola que se honra dos valores Patria, Familia, educação para todos desde o filho do soldado , sargento , oficial , general e como eu familia militar mas entrei como Civil e me honro muito dos valores que a Nossa Escola. Eu sou da 1 familia a ter 3 gerações educadas no IMPE, meu avó foi dos primeiros 40 Alunos, depois meu pai pouco tempo e eu que entrei em 1974. Portanto toda essa treta de esquerdistas em relação ao 25 de Abril e com medo de estarem em Africa e defender a Pátria em vez de se venderem aos grandes interesses Americanos , Russos e Chinesses. Podiam ter feito uma descolonização e dar a independencia a esses países ser serem traidores e matarem milhares de Portugueses Africanos ( Negros e Brancos). Mas a história vai se encarregar de enumerar todos eles começando pelo Mário Soares, Rosa Coutinho e companhia lda.
Manuel Duran Clemente
Autor
Luis Bettencourt Nada dizes de Salazar e dos acordos de Novembro de 1974 entre URSS e EUA, É pena. Vai ver os índices de analfabetismo,de casas sem luz e saneamento ,de mortes prematuras,de opressão,de escravatura, do ouro trazido da Africa do Sul pelo trabalho dos africanos "escravos" moçambicanos....vai ler ....Vés como ainda falas de ditadura comunista....pois nunca soubeste o que foi o Salazarismo...Lamentável a ignorância e maledicência. Também fui filho de sargento quando entrei no Pilão. E sigo com honra os princípios do "jovem turco" que fundou o IPE. Nunca me senti traidor de nada.Porque calunias e falas do que não sabes e te informaram deficientemente?Outra vez lamentável....
Manuel Duran Clemente
Autor
Eduardo Fonseca Estamos a falar da queda da ditadura e não dos acontecimentos seguintes e da manipulação que ainda se faz desses tempos.
Helder Marques
Manuel Duran Clemente estamos a falar da queda da Ditadura, eu sou muito novo nasci em 76, se não se dá o 25 de Novembro a ditadura não caía, mudava era de estilo, de uma fascista passávamos a ter uma comunista, a história que li esta mal contada, ou não é bem assim?
Manuel Duran Clemente
Autor
Helder Marques Está mal contada, Sim! ´Assim nada ! Não leste bem o que escrevi. assim não vale, Nós nunca seriamos uma ditadura comunista por imposição dos próprios comunistas e URSS. Pois continuámos na NATO segundo o acordo de Vladivostok,em 24 de Nov.de1974,e EUA E URSS decidiram o que queriam das colónias. Os militares nada podiam fazer depois de 13 anos de guerra colonial. Leiam mais.Pois nem eras nascido e acreditas nos patetas e na manipulação.E nunca soubeste o que era a guerra e o salazarismo. Por favor faz uma leitura correcta de quem sabe e viveu mais...tenho 78 anos e sou perseguido por ser capitão de ABRIL...com muita honra.
Helder Marques
Manuel Duran Clemente eu tenho muito respeito por si e por ser Capitão de Abril e também por ter sido Comandante de Batalhão da casa que gostamos tanto 😊😊 sei que o País lhe deve muito por nos ter libertado da ditadura , já li muitos dos seus comentários, entrevistas e o que pensa que é o melhor para o País, procuro sempre estar informado e penso que esteja bem informado sobre a história do meu País, o senhor meu Pai foi prisioneiro de guerra e combateu na Índia, não defendo ditaduras, não defendo Salazar, sou contra o fascismo como também sou contra o comunismo, aliás até acho que a constituição devia abolir as ideologias comunistas no nosso País, assim como já o define para as ideologias fascistas, nenhum País se desenvolve ou é próspero a ser comunista ou fascista. Eu só acredito em factos e os factos é que a revolução foi muito benéfica para o País, disso ninguém tem dúvidas, só condeno as atrocidades que certas figuras do 25 de Abril fizeram após a revolução isso também são factos. Ainda bem que felizmente não soube o que era o salazarismo e a guerra, o que eu sei é que continuamos a ser um País que está na cauda da Europa. Todas as revoluções têm episódios maus ou menos bons, a nossa não é excepção. Quero que saiba que o respeito e admiro muito, apesar de não achar que aquilo que defende seja o melhor para o País, podemos ter visões diferentes do melhor rumo para Portugal, não é por isso que deixamos de admirar e respeitar quem pensa diferente de nós. Forte Abraço
Pedro Sepulveda
Manuel Duran Clemente se houve um acordo entre russos e americanos em 74 talvez a guerra colonial foi provocada por eles estarei errado?
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Manuel Duran Clemente
Autor
Sabemos quem a provocou. O Salazar e a sua falta de visão...e os seus amigos das oito famílias que mandavam nele!
Pedro Sepulveda
Manuel Duran Clemente desculpa lá que te diga isto mas o teu ódio a Salazar tolda te o raciocínio foi Salazar que proibiu com o lápis vermelho informações que estão na torre do tombo vedadas ao público? Sobre a guerra colonial
Manuel Duran Clemente
Autor
Helder Marques Em nunca defendi o comunismo para Portugal. Era irrealismo.Eu respeito o que os comunistas fizeram contra a ditadura Salazarista. O que quis com o 25 de Abril e continuo a querer é liberdade responsável, desenvolvimento capaz e fim da guerra colonial em que fomos dos últimos a descolonizar sob a égide das grandes potencias EUA e URSS(já falei do acordo destes em 1974) e agora CHINA. Como Pilões devemos querer o mesmo para o país e seu povo. Menos desigualdades, menos oportunistas e vigaristas, menos precaridade. Houve conquistas da Revolução plasmadas em 200 decretos leis em 1974 e 1975. Estão na Constituição. Todos estamos a ser beneficiados com essas conquistas. Quem me quer atacar alcunha-me de comunista. Respeito os comunistas nas opções que têm em defesa de certos valores,como os que descrevi. Menos pobreza,salários mais justos e próximos dos da Europa, Mas nós nunca soubemos produzir, Fomos comerciantes nos descobrimentos, Trouxemos as riquezas como empresa de transportes e depois vendíamos essa riquezas ao Europeus, como Reino Unido,França,Holanda ,etc...Esses fizeram industrias com as matérias primas que lhe entregávamos nos cais do Terreiro do Paço, sob a vigilância do Rei...que enriquecia e dava umas esmolas aos viajantes e descobridores. De resto,quanto a ser comunista,apenas calúnia, mais nada, Já tenho 78 anos e sei pensar pela minha cabeça. A APE tem me perseguido, não as suas direcções, mas muitos dos seus associados desconhecedores da minha integridade. Com quem tenho trabalhado como militar e civil sempre tive reacções de estima e amizade,até aos dias de hoje. Aliás de muita estima e consideração de amigo que estimula o melhor tratamento dos mais fracos e meus colaboradores. O seu pai teve a sorte de ter tido um grande General (Vassalo e Silva) em Goa , Damão e Diu,que não obedeceu ao fascista Salazar que queria a morte de todos para "a falsa honra da Pátria"- a dele- um louco suburbano.Salvaram-se todos menos um oficial da marinha ou pouco mais.As atrocidades no PREC são de membros da extrema direita ...diz lá quais são as de militares de Abril...em 1974 e 75. A reforma Agraria? A ocupação de empresas abandonadas por patróes com consciência pesada? Etc.....mas admito que tenha havido em circunstâncias especiais alguns erros,muito poucos para uma revolução, nada comparáveis com as atrocidades da PIDE. Há muito mais a dizer.Abraço.
Helder Marques
Manuel Duran Clemente só por curiosidade alguma vez recebeu a Barretina de Honra?
Manuel Duran Clemente
Autor
Pedro Sepulveda Não tenho ódio de Salazar. Acho ser lúcido quanto ao mal que este fez a coberto das oito famílias que pouco desenvolveram o país, viviam à grande e ganhavam dinheiro colocado em off-shores.Foram comerciantes, deram riqueza a outros Europeus ,como intermediários, que fomos com desenvolvimento nulo, com o célebre condicionamento industrial...etc.etc. Daí o sermos os mais pobres da Europa ocidental..."Grande Salazar" para vocês com milhares de mortes portugueses e africanos na sua ,dele, consciência. Isto tolda o raciocínio a quem?
Manuel Duran Clemente
Autor
Helder Marques - Barretina de Ouro? Nunca percebi porque não. Fui o melhor aluno do meu curso. Seis anos seguidos no Quadro de Honra depois do ciclo preparatório,sem nunca ter chumbado. Direito a fotografia perpétua na sala do aluno,Honra que desapareceu,não sei porquê. Comandante de Batalhão em 1960/61. Primeiro classificado no meu curso de Administração Militar (1961/1964) Vencedor dos colóquios culturais entre Academias Militares, Portuguesa e Espanhola, pela melhor classificação no prémio principal do que escrevi sobre "Camões,a época,a obra e o homem. Do lado de lá foi sobre Cervantes. As sessões realizaram-se na Academia Militar Geral de Saragoça.Cinco louvores ´de General nos onze anos de serviço activo. Agraciado com a medalha da Ordem de Avis. Proposto para mérito militar e para outra condecoração em perspectiva.Abraço. (em baixo foto da lembrança do prémio com a placa própria)
Helder Marques
Manuel Duran Clemente realmente começo a pensar que tem razão quando diz que se sente perseguido por ser Capitão de Abril, é uma vergonha não lhe atribuírem a Barretina de Honra, quando existe muita gente que a recebeu vá se lá saber porquê !!!! As sucessivas direcções do IPE cometeram uma falha gravíssima ao não lhe atribuírem essa distinção.... Enfim.... Forte Abraço.
Olivério Teixeira
...o tempo passa...e, os de sempre, "ali" parados, paradinhos, como se não tivesse havido um depois... Recordar é próprio de quem já por "ali " passou...mas não ficou.
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Premio dos colóquios entre Academias -FOTO:
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