A GRANDE ALDRABONA. Zita Seabra.
Não ouviu nada do que eu disse na RTP e nem tem respeitado nada do que já lhe esclareci em debates !. Mente com a maior das latas e sem dignidade. E assim se confundem as novas gerações e a verdade histórica.
1) Não ocupei a RTP. Era uma obrigação normativa do meu aquartelamento - a mui digna digna EPAM/Escola Prática de Administração Militar - fazer a segurança desta RTP, a 500 metros no Lumiar, em caso de qualquer sublevação. Não estávamos conhecedores de nada dos lados de Tancos. Assim fiz como segundo comandante deste aquartelamento no Lumiar.
2) Nunca solicitei avançar com armas...nem no 25 Nov. e muito menos então na RTP. Ver ou ler as minhas declarações gravadas e os meus desmentidos já publicados.
3) Aliás a direcção do " PCP...o desta traidora", não o verdadeiro de muitos antifascistas coerentes ,em reunião do Comité Central, em Alhandra em Agosto 1975, já tinha declarado não se estar em ocasião de aventuras de golpes armados. Foi uma directiva clara de Álvaro Cunhal ali aprovada e explicitada ,por ele, posteriormente em 26 de Nov.75 a Melo Antunes e a Eanes.
4) Digo eu . Se a esquerda revolucionária quisesse tomar uma posição dessas tinha elaborado um plano de acção competente com um conjunto significativo de tropas de guarnições superiores a duzentos comandos de Jaime Neves ,tais como fuzileiros, para-quedistas e outros, que teriam trucidado os oponentes a ABRIL... A contagem desta ignorante Seabra sobre o poder de forças em 25 de Novembro (a favor ou contra ) e de quem tinha armas é uma ficção profundamente hilariante. Alguma vez a sua UEC foi instruída para rebelião armada depois de Abril? Absolutamente obsceno! Recordo que numa reunião do COPCON de todas as unidades militares da região ,dias antes do 25,Nov ,depois do afastamento de Otelo do comando da Região Militar de Lisboa, realizada no Alto do Duque(Lx), eu próprio, dei aos órgãos de Comunicação Social a relação de quem estava a favor de Vasco Lourenço...e só estava com ele o RComandos de Jaime Neves e mais uma ou outra guarnição sem significado... Onde pairava a cabecinha desta Zita?
5) Nos livros de Álvaro Cunhal a insurreição popular é uma verdade mas que se refere ao tempo da ditadura. O referido seu livro "Rumo à Victória" é de 1964.
6) Seria extemporânea depois de 25 de Abril de 1974. E muito menos depois dos acordos de "Tordesilhas"(Vladivostok), entre Brejnev e Ford/Kissinger, em Novembro de 1974...de 1974,repito. Os Russos, já em decadência, e os Americanos, avaros de sempre, queriam as riquezas das então nossas colónias...e estavam-se completamente "nas tintas" para a cortiça e as sardinhas... do Portuga â beira mar plantado.
7) Os contextos são esquecidos pelos manipuladores ou ignorantes do Sistema a que esta idiota Seabra se juntou...e que, como outras/outros proliferam com o apoio dos cobardolas saudosistas e dos oportunistas neo-liberais e capitalistas até hoje.
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A PACIÊNCIA que temos de ter com estas/estes enxergados e enxertados em "pau pouco santo"!!!!
ACORDAI.
Manuel Duran Clemente
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DESMENTIDO PUBLICADO no semanário Expresso.
Exmos. Srs. ( Semanário EXPRESSO)
Venho solicitar o direito de resposta pelo facto de no artigo da vossa "Revista Expresso" do passado dia 25 de Novembro -texto de Filipe Garcia- nas pags. E/22 a E//32 existirem referências que acerca da minha actuação, em 25 de Novembro de 1975 na RTP, merecem ser desmentidas e/ou clarificadas.
Designadamente na página E/31 está escrito: «(…)…a insurreição não terminara. Pelas 18 horas o capitão Duran Clemente que ocupara a RTP, ainda aparece nos ecrãs apelando à” rebelião popular armada" (…) mas acaba por ver a sua comunicação interrompida (…) e substituída por (…) Danny Kaye (, ..)».
Ora acontece que eu não fiz nenhum apelo dessa natureza. Qual insurreição? Passados muitos anos, está ao dispor de qualquer cidadão a gravação televisiva, desses momentos. Estamos perante uma informação equívoca e fruto de notícias viciadas e maldosamente divulgadas daquela época que dificultam a investigação histórica dos actuais e pretensamente sérios jornalistas.
A verdade sobre este caso complexo e toldado por algumas das calúnias que insignes “Capitães de Abril”, como me honram de ter sido, somos implacáveis alvos da fúria de quem perdeu privilégios.
Temos sido,nessa onda, injustamente acusados de actos não cometidos. Ameaçados de morte,nem podemos esclarecer as nossas acções. Fomos obrigados para defesa do legítimo direito à vida a passar à clandestinidade..
Por aberrante acusação, alguns de nós militares , dum colectivo libertador de Abril de 1974, ficámos afastados da família,sem país...e com forte angustia sobre o futuro incerto e nublado.
Sabem alguns o que isso é na própria “carne” ? Não sabem.
Mais esclareço e desminto no texto. Eu não ocupei a RTP. Cumpri normas superiores militares existentes no cofre do comando. «Ocupar a RTP » por razões de segurança em casos de aparente anormalidade. De manhã uma companhia militar avançou para os Estúdios do Lumiar.
Curiosamente disse : «Apelo para a serenidade, para a vigilância revolucionária, inteligente e serena de todos os trabalhadores. Unidos venceremos!. »
Apelei sim,sempre à Paz, apesar de militar e não esquecendo Clausewitz -"a guerra só se faz depois da diplomacia não ter sucesso" - e Alexis de Tocqueville " o individualismo na democracia pode afastar esta dos laços sociais".
Manuel Duran Clemente // Lisboa 22.12.2022